Natal completa 426 anos nesta quinta (25); conheça história da capital do RN
25/12/2025
(Foto: Reprodução) Ponte Newton Navarro, em Natal, RIo Grande do Norte RN Ponte Nova Imagem aérea vista cima
Sandro Menezes/governo do RN
Capital do Rio Grande do Norte, Natal comemora 426 anos de história nesta quinta-feira (25). O nome da cidade foi escolhido justamente pelo fato de ter sido fundada, em 1599, na data religiosa que celebra o nascimento de Jesus.
Para comemorar o aniversário da cidade, a programação do Natal em Natal nesta quinta prevê shows de Gilmar Bezerra, Fernanda e Gislaine, Marquinhos Gomes e Davi Sacer na estrutura montada na orla da praia de Ponta Negra, na Zona Sul da cidade. Os shows continuam até o dia 31 de dezembro.
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Natal é o município mais populoso do estado, com uma população estimada pelo IBGE em 784.249 pessoas - quase um quarto de toda a população potiguar, que é de 3.455.236 habitantes. O número coloca a cidade na 18ª posição entre as capitais do país.
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Fundada entre o mar e o Rio Potengi, a cidade tem o turismo como uma de suas principais atividades econômicas. A cidade também sedia atividades do poder público estadual e federal no RN, além de atividades culturais e econômicas.
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História da cidade
Natal surgiu a partir da intenção espanhola de expulsar os franceses do litoral brasileiro no período da União das Coroas Ibéricas (1580 -1640). O rei da Espanha, Felipe II, determinou a construção de uma fortaleza para proteger a Barra do Rio Grande – como era chamado o território naquela época – e a fundação de uma cidade a uma légua da fortificação.
Também conta a história que a Espanha queria a todo custo expulsar os franceses, porque a França era uma nação inimiga do reino espanhol. E, nesta época, Portugal estava sob domínio da Espanha. Primeiro os franceses foram expulsos da Paraíba; depois, do Rio Grande.
Em 6 de janeiro de 1598 foi inaugurada a Fortaleza dos Santos Reis (hoje chamada Fortaleza dos Reis Magos), cujo nome faz referência ao Dia de Reis, quando se encerra o ciclo natalino.
Forte dos Reis Magos, em Natal RN
Sandro Menezes
Quase dois anos depois, a uma légua da edificação, nasceu a cidade, a qual teve os limites demarcados em 25 de dezembro de 1599.
Os historiadores contam que a missa de Natal, celebrada em 25 de dezembro, foi aproveitada para que a cidade fosse fundada. Não há, no entanto, provas documentais sobre a razão da escolha da data.
Os registros históricos também garantem informação precisa sobre quem fundou a capital. Três nomes dividem a opinião dos estudiosos: Mascarenhas Homem, Jerônimo de Albuquerque e João Rodrigues Colaço.
Natal se resumia, naquele início, a poucos quilômetros de extensão: começava nos arredores da atual Praça das Mães - na subida da Ribeira para a Cidade Alta - e terminava na Praça da Santa Cruz da Bica, também na Cidade Alta, nas proximidades do Viaduto do Baldo.
Foram colocadas duas cruzes marcando o início e o fim da cidade. As cruzes iniciais foram perdidas. Mas ainda se conserva uma cruz simbólica na Praça da Santa Cruz da Bica.
Nova Amsterdã
Outro momento importante da história da capital potiguar foi o da invasão holandesa, ocorrida em 1633. Naquele tempo, a cidade mudou de nome, sendo chamada provisoriamente de Nova Amsterdã, em alusão à capital holandesa.
Um relatório desta época registra que havia cerca de 30 casas em Natal, a maioria delas cobertas com palhas. Motivo que levou um bispo português a escrever a seguinte constatação: "Natal não existe tal".
O escritor e viajante inglês Herry Koster também tinha esta opinião sobre a cidade. Em 1817, ele escreveu no livro 'Viagem pelo Brasil' a seguinte indagação: "Se chamam isso de cidade, o que serão as aldeias e vilas?".
De acordo com Câmara Cascudo, no livro 'História da Independência do Brasil no RN', em 1822, ano da independência do Brasil, Natal tinha em torno de 700 habitantes.
A cara da cidade, no entato, mudou com o algodão - o 'ouro branco' - na segunda metade do século XIX. O produto incrementou a economia local e promoveu o desenvolvimento de Natal, principalmente do bairro da Ribeira, região às margens do Rio Potengi, onde havia um pequeno porto.
Gravura da época: o mais antigo mapa da cidade elaborado em 1633
Caroline Holder/G1
Natal do século XX
No início do século XX, entre os anos de 1908 e 1913, o governo de Alberto Maranhão inaugurou uma nova era na capital potiguar, que os historiadores denominam de 'Modernidade de Natal'. Alberto Maranhão faz um empréstimo com a França e começa a investir na infraestrutura da cidade.
Com isso, Natal passa a ter iluminação pública, com lampiões a gás, além de bondes puxados por animais. Isso é aliado ao término de importantes construções, como a do Teatro Alberto Maranhão.
A cidade passa a ter bairros a partir de 1912. Tirol e Petrópolis eram chamados de 'Cidade Nova'. Além destes, tinha ainda o Alecrim e a Ribeira. Nesta época, foi elaborado um planejamento da cidade. As avenidas que atualmente homenageiam presidentes do Brasil, como a Afonso Pena, Rodrigues Alves e Campos Sales, foram planejadas durante este período.
Segunda Guerra Mundial
Outro acontecimento que inaugura uma nova fase na capital potiguar é a entrada do Brasil na Segunda Guerra Mundial, em 1942, ao lado dos Estados Unidos.
Natal, naquele momento, passou a ter uma base americana, o que atraiu investimentos e um povoamento de 10 mil soldados americanos, aumentando a população local.
A capital potiguar foi escolhida com base americana, segundo os historiadores, por conta da localização geográfica.
A entrada de Natal foi consolidada no dia 28 de janeiro de 1943, quando, às margens do Rio Potengi, o presidente do Brasil, Getúlio Vargas, e o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, firmaram um acordo de colaboração que marcou a entrada brasileira na 2ª Guerra Mundial. O evento ficou conhecido como 'Conferência do Potengi'.
O ponto de encontro dos presidentes hoje é preservado como Museu da Rampa, no bairro Santos Reis, Zona Leste da cidade.
Base Americana em Natal
Caroline Holder/G1
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